terça-feira, 17 de novembro de 2009

ONDE NASCE CRISTIANISMO? E DEBAIXO DE QUAL ESPÍRITO (mentalidade)?




“O meu povo foi destruído, porque lhe faltou conhecimento.” Palavras de Yahweh Adonai.

A religião dos romanos foi formada pela MESCLAGEM de religiões de outros povos subjugados em seu vasto império. Havia de tudo: culto aos mortos, antepassados, culto a natureza: sol, lua, vento, ar, água, fogo, etc; Ritos de fertilidade ( dos quais saíram os nossos conhecidos Nephilins = gigantes em Gn.6.4); Sacrifícios humanos e de animais, culto astral e cósmico, e por aí vai.
Essa civilização nasceu da invasão dos Etruscos na região do Lácio, onde havia povos que tinham suas próprias crenças: cultivavam culto do fogo (as vestais), tinham deuses de origem astral (Júpiter), davam importância ao formalismo ritual e tendências animistas. Ora, os romanos antigos não tinham imagens de seus deuses e nem templos, esses vieram com o domínio dos reis etruscos e influência dos gregos.
Com a queda dos reis etruscos, uma onda democrática sacudiu Roma, forçando as portas para admissão de novos cultos mais ricos em conteúdos e mais promissores.
Nota: este momento se dá bem antes ao nascimento de Cristo. Uns 2 séculos antes.
Com o domínio de vários outros povos os romanos adotaram deuses estrangeiros que se mostravam mais sensíveis aos problemas humanos. Porém a novidade religiosa na época do Império é a invasão dos deuses da Síria, os Baals locais. A confluência de todas estas correntes religiosas levou o imperador Aureliano a promover um sincretismo religioso que, satisfazendo os espíritos, pusesse certa ordem nos pensamentos dos romanos.
João Batista e Jesus começaram a pregar a vinda do Reino de Deus nessa situação religiosa no Império romano. Não sei se vocês tem idéia, mas ao mesmo tempo que Jesus estava ensinando nos montes, nas ruas e em qualquer lugar. Nesse mesmo local havia profetas do budismo, do gnosticismo, os sacerdotes judaicos e a leva de uma infinidade de sacerdotes de várias religiões do império. Era Jesus falando de um lado: “arrependei-vos pois o Reino de Deus é chegado a vós” e um gnóstico do outro: “não há pecado, pois a necessidade sentimental de redenção torna-se uma exigência metafísica, que deve ser atendida ideologicamente.” Era uma guerra espiritual constante, e Jesus teve que provar, com demonstrações de Poder, que Ele é o filho de Deus e um com o Pai.

Como sabemos, uns 3 séculos depois de Jesus, o cristianismo se integrou ao Estado romano e o Estado romano fez do cristianismo sua religião oficial. Em meio a isso havia irmãos nossos fiéis em sua fé que não se curvaram a mentalidade e crenças (forma de ver a divindade) do Estado romano, mas muitos sim… a maioria.
E que crenças eram estas? Crenças que nos acompanharam até hoje, e que estão inseridas em nossas vidas e na igreja.
Segue um breve trecho de um livro que estou lendo:

“O estado romano era visto como uma divindade, algo supremo. O homem romano sente-se como um elemento ativo e responsável pela existência grandeza de Roma (ou seja, da divindade). Ele não é um mero servidor da divindade, pois ajudou a construir Roma. Por isso ele se sente com direito a determinar a natureza e os atributos da divindade, a exigir dela favores e benefícios bem explícitos. Roma é um numem (algo maravilhoso, divino) que foi criado pelo espírito do homem romano. Daí, os magistrados criam dogmas e os imperadores se julgam seres divinos… o homem do povo talvez não participe desta mentalidade; mas o homem que pertence a uma família tradicional, ou se promoveu com mérito militar e político, está consciente de que é portador de um direito próprio, que ele pode reivindicar perante o Estado e a Divindade. Os deuses devem proceder de modo justo e cumprir a sua parte nos contratos com os homens, pois se não, serão abandonados pelos homens. Os romanos sabem que o Estado (divindade) depende deles, e que ele depende do Estado.”
(PIAZZA, Waldomiro. A religião dos romanos, in Religiões da Humanidade. Ed.layolla. 1993. pág. 168,169).

Nós viemos desta mentalidade:

“O Estado Romano é uma divindade” Þ A igreja cristã foi inserida no Estado romano, a igreja e o Estado Romano era uma coisa só. O culto, propriamente dito, não era apenas (se era de fato) dedicado a Deus, mas sim dedicado a instituição (Estado/Igreja). Passamos a enxergar a instituição como sendo o próprio Deus, infalível, quando a Bíblia fala que a Igreja de Jesus são os remidos e justificados pela fé em Cristo. “Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus.” Rm. 3:24.

“O homem romano sente-se como um elemento ativo e responsável pela existência e grandeza de Roma. Ele não é um mero servidor da divindade, pois ajudou a construir Roma.” Þ A igreja deixou de servir aos interesses do Noivo, para servir aos interesses da riqueza da própria instituição e da riqueza do Estado. O homem líder/eclesiástico (se este for o termo certo da palavra) se viu como criador da Igreja, e sabemos que a Igreja foi instituída pelo sacrifício de sangue de Jesus e o cumprimento de sua ordem. Deixamos de nos ver como servos de Deus, e passamos a nos ver como sócios, como merecedores do favor imerecido. Como merecedores de suas bênçãos. Essa é a nossa tendência, pois é a nossa herança cultural e religiosa.
Pelo o homem se ver como criador da Igreja “…ele se sente com direito a determinar a natureza e os atributos da divindade, a exigir dela favores e benefícios bem explícitos”. Nossa mentalidade nasceu com o desenvolvimento desta idéia: de que o homem pode manipular a vontade de Deus, é um direito nosso. Vemos isso claramente no passado e vemos isso hoje, em nossos cultos (em congregações, lares, praças, onde for), pois adquirimos isso com o passar do tempo. Notem, que isso não é algo distante, é nossa herança, nós recebemos isso, não só do catolicismo,mas de antes… nós viemos disso! Por muitas vezes determinamos qual é a vontade de Deus para muitas coisas, para o proveito próprio, como líderes, irmãos, amigos, pastores, anciãos, profetas, mestres e sacerdotes. Se algo está nos favorecendo, deixa como está, independente se for a vontade de Deus ou não. Quantos de nós fazemos isso!!?? Quantas instituições não fazem isso!? Lembrem-se, nós viemos disso!

“Roma é um numem (algo maravilhoso, divino) que foi criado pelo espírito do homem romano. Daí, os magistrados (sacerdotes) criam dogmas e os imperadores se julgam seres divinos…” Þ nascemos de uma cultura religiosa, em que os sacerdotes (líderes) se julgavam como Deus, tinham direitos e regalias divinas, sendo assim, sua palavra era a vontade de Deus sem questionamentos, suas leis, pensamentos e doutrinas tinham que ser seguidos a risca! “Eu criei essa instituição, que se faça a minha vontade!”, esse é o pensamento que nos assombra ainda hoje, pois a iniqüidade vai se multiplicando e participamos dela, e nos curvamos a ela.
Essa herança traz consigo uma consciência ao homem sacerdote “de que é portador de um direito próprio, que ele pode reivindicar perante o Estado e a Divindade. Os deuses devem proceder de modo justo e cumprir a sua parte nos contratos com os homens, pois senão, serão abandonados pelos homens”. É um contrato: “Faz sua parte aí em cima, que eu faço a minha aqui em baixo”. Nós viemos dessa mentalidade. De precisar de Deus só quando nos convém, só quando é necessário. Cadê o amor? A intimidade? Não há espaço para isso de onde nós viemos, pois… “O homem romano sabe que o Estado (também uma divindade) depende dele, e que ele depende do Estado.” Sabemos que a Igreja cristã e o Estado romano se tornaram uma coisa só. Roma foi a única cultura que não separava o Estado da religião. E nós nascemos e viemos disso. “Nós dependemos de Deus, mas também Deus depende de nós”.

Esta é a mentalidade que por séculos adquirimos e andamos nela, é essa mentalidade que vem combatendo a base da obra de Jesus, é essa mentalidade que por séculos desvirtuou/desviou o Corpo de Cristo, a Noiva do Cordeiro para um caminho de legalismo, afastamento da liberdade em Cristo e o não cumprimento do Propósito Eterno de Deus. Um caminho que nos leva a Babilônia e não a nova Jerusalém.
Pelo que me consta, nunca foi da vontade de Jesus mesclar o seu Reino com o Reino romano, isso foi uma sugestão do Adversário (Lúcifer) que acataram direitinho, e que acatamos até hoje pela nossa permanência nessa mentalidade. Que possamos nos desvincular de Roma, pois o próprio Mestre disse: “Dei a César o que é de César; e a Deus o que é de Deus!” Lc. 20:25. Não era do intento Dele essa mistura.

Voltemos ao puro cristianismo fundado por Jesus e sendo estabelecido pela doutrina dos Apóstolos e dos santos e fiéis que morreram por essa causa!

Clamemos ao Senhor para que Ele arranque de uma vez por todas a mentalidade romana de nossas congregações, cultos, líderes, e da Igreja.

Quando falo Igreja, estou falando de você e de mim.

“Rogo-vos pois irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Rm. 12:1,2.

“E isto digo, conhecendo o tempo, é já hora de despertarmos do sono;…” Rm.13:11a.
Em amor...
POR... discípulo Diego

Um comentário:

  1. Ola gente boa de Jesus!

    Queria convidar você para conhecer o meu blog, o Genizah que horas é pirado e engraçado, horas é exaltado e sério, mas é super do bem e tem como regra levar o Evangelho da Liberdade Verdadeira e a Santa Subversão de Jesus ao mundo egocêntrico e perdido nos seus valores! E, ainda dando tempo, aproveito para tirar uma onda com este pessoal que anda explorando a fé das pessoas e ainda dizendo que são cristãos... Ops!

    Por minha vez, já me tornei seu seguidor.

    Abraços em Cristo e Paz!

    Danilo

    http://www.genizahvirtual.com/

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