quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A ação social e o conceito cristão de salvação


por Ariovaldo Ramos

Ortega y Gasset, filósofo espanhol, disse: "Eu sou eu nas minhas circunstâncias." Se ele está certo, a salvação de um ser humano deve passar, “conditio sine qua non” pelo resgate de seu contexto. Ou seja, a salvação da pessoa importa, necessariamente, no câmbio de seu ambiente. Essa dimensão para a salvação está presente no conceito cristão de salvação.

Tal proposição está refletida no que me parece ser o significado mais profundo da oração: "Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra, como no céu." A salvação do ser humano e de todas as demais criaturas não se completará enquanto o ambiente não for renovado.

Para a fé cristã, um ser humano salvo é alguém que foi arrancado do inferno e teve o inferno arrancado dele, o que significa que triunfou sobre suas fraquezas, vícios, pecados e traumas; foi transformado em alguém semelhante a Jesus de Nazaré, em quem vimos Deus como é e o ser humano como o deve ser, tendo os seus dons e talentos desenvolvidos, e onde exercitá-los com plena liberdade; é plenamente comunitário; desfruta de todos os direitos humanos em todas as áreas: espiritual, psicológica, econômico-financeira, educacional, profissional, social e política. Assim, salvação é ação social no sentido mais profundo porque é o resgate do ser e de suas circunstâncias.

Por onde Deus começou o que chamamos de salvação?

Quando a raça humana rompeu com Deus, rompeu consigo mesma, uma vez que "nele vivemos, e nos movemos, e existimos" (At 17.28) pois, perdeu o "locus" da existência e o direito à mesma. Quando fomos criados o Criador, por coerência, estava moralmente comprometido com a nossa sobrevivência, porém, quando o deixamos, devolvemos-lhe o privilégio à vida. Então, por que continuamos nela? Só o pode ser por desejo do Senhor.

Seria o desejo do Altíssimo de criar, entretanto, motivo suficiente para infringir o princípio da justiça quebrado, por nós, em nosso ato de rebelião? Não, o seu caráter não o permitiria, logo, algo foi providenciado: "Sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo, conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós." (1 Pe 1.18-20). O sacrifício do Cristo foi a providência! E aconteceu antes da fundação do mundo.

A Trindade sabia o tempo todo do passo que daríamos, e foi em frente mesmo assim. A criação foi uma ação social, uma vez que a existência de tudo deve-se à insistência divina em criar o que precisaria de salvação. A graça deflagrada a partir do sacrifício prévio, e, que é comum a todos os homens, não só permitiu a nossa criação, como impediu que fossemos dominados pela maldade, inerente ao estado de ruptura com Deus inaugurado por nós, mantendo-nos, assim, na existência, emprestando-nos a bondade de Deus e concedendo-nos prazer de viver: "O qual, nas gerações passadas, permitiu que todos os povos andassem nos seus próprios caminhos; contudo, não se deixou ficar sem testemunho de si mesmo, fazendo o bem, dando-vos do céu chuvas e estações frutíferas, enchendo o vosso coração de fartura e de alegria." (At 14.16,17). O que explica a presença de atributos divinos - como: amor, amizade, senso do belo, senso de justiça - em pessoas que nem consideram Deus. A graça tornou possível a criação e a restauração de todas as coisas, e a irrupção do novo céu e da nova terra, onde a justiça habitará. A graça é Deus em ação social!

Ação social é o movimento em favor do resgate da dignidade do ser humano, o que implica, necessariamente, no câmbio das circunstâncias onde o ser humano é. Uma ação social conseqüente levará à instituição de um estado de bem-estar para todos. Para além da transformação espiritual da pessoa, fruto do encontro com o Cristo, e que é ato pessoal, inalienável e intransferível. Deus é o patrono disso.

Fonte: http://www.irmaos.com/artigos/?id=5014


terça-feira, 20 de setembro de 2011

LINHAS QUE SALVAM-VIDAS parte No. 3)


Igreja Nova Vida em Comunidade

GANHANDO PERSPECTIVA

(Série de Ensinamento no Livro Eclesiastes, parte No. 3)

GANHANDO PERSPECTIVA SOBRE NOSSOS TEMPOS
Hoje olharemos uma passagem familiar e muitas vezes citada
Já a ouvimos citada na canção popular "Turn Turn Turn," “Gira Gira Gira.”


E as estações giram, giram
E os pôneis pintados se inclinam e se elevam Enquanto estamos na senzala do carrossel do tempo Só podemos olhar pra trás,

pois voltar d’onde viemos não podemos
E assim giramos, giramos nesta intriga circular do tempo.”


Na semana passada, em Nova York, na cerimônia do Ground Zero, lembrando o aniversário dos ataques de Setembro 11, Rudolph Giulinani, leu do nosso texto.

Ele disse: "A perspectiva que precisamos, a qual estavamos precisando ter durante os últimos 10 anos e para os anos que hão de vir, é melhor expressada nas palavras de Deus, escritas no Livro Eclesiastes."

O que Qoheleth (o Professor, o Filósofo, O Argumentador, o Repórter), que está se dirigindo a assembléia, quis dizer com isso?


Ele é um homem que está pensando muito profundamente sobre o significado da vida. Agora ele está pensando sobre o tempo em particular de nossas vidas.



O tempo é curto.
Vocês são como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa.

(Tiago 4:14)

I. Pensando Sobre os Nossos Tempos


Vários significados


Os 'tempos' em que vivemos

• A história contemporânea e a cultura
• O papel que devemos desempenhar na história Nossos 'tempos,' medido pelo nosso tempo de vida

• 'Chronos' tempo- anos, meses, minutos, etc

• O nosso gerenciamento da vida

• 'Kairos'- eventos ocorridos num espaço de tempo

Nossos 'tempos’ em termos de eventos de vida, estações e capítulos


• O tempo pode ser dividido em estações, não apenas as quatro estações do ano, mas nas épocas diferentes de sua vida
• Seu tempo no time de futebol
• Seu tempo como estudante
• Seu tempo como editor,

representante de vendas, ou pesquisador


• Seu tempo (isto é, sua vida terrena) pode ser dividida em períodos diferentes. Sua autobiografia em capítulos.


• Evento crucial que, ao longo, conduz a trama
• Pode ser no início de um novo ano lectivo, um novo emprego, ou um desafio novo em sua vida;
Bons tempos - o melhor tempo de minha vida
• Tempos difíceis - o pior momento


• Pode ser quando você faz uma nova descoberta, ou se muda para um lugar novo


Nos Tempos enquanto Aqui / Nos tempos enquanto lá
• Alemanha, D. C. Washington, Nova York, Londres, Concord


II. O Padrão de Nossos Tempos (De muitas formas “nossos tempos” são um dom)

Eclesiastes 3:1 Para tudo há uma ocasião certa; há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu:

Deus é o arquiteto das eras.


Contrastes e Continuidades de Eventos da Vida

1. Nossa posição em um mundo decaído de deterioração

ROMANOS 8:18-23- Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada. A natureza criada aguarda, com grande expectativa, que os filhos de Deus sejam revelados. Pois ela foi submetida à inutilidade, não pela sua própria escolha, mas por causa da vontade daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria natureza criada será libertada da escravidão da decadência em que se encontra, recebendo a gloriosa liberdade dos filhos de Deus.

Sabemos que toda a natureza criada geme até agora, como em dores de parto. E não só isso, mas nós mesmos, que temos os primeiros frutos do Espírito, gememos interiormente, esperando ansiosamente nossa adoção como filhos, a redenção do nosso corpo.

E não só isso, mas nós mesmos, que temos os primeiros frutos do Espírito, gememos interiormente, esperando ansiosamente nossa adoção como filhos, a redenção do nosso corpo.


Nossas Entradas e Saídas


2 Tempo de nascer e tempo de morrer

Steve Jobs, em seu discurso em Stanford, 2005,
diz aos formandos da faculdade, "Quando eu tinha 17 anos, li uma frase que dizia mais ou menos assim "Se você viver cada dia como se fosse o último, algum dia você, certamente, estará certo.”

Essa frase me impressionou, e desde então, nos últimos 33 anos, tenho olhado no espelho todas as manhãs e me perguntado: "Se hoje fosse o último dia de minha vida, será que gostaria de fazer o que eu estou prestes a fazer hoje?"

E quando a resposta é "não" por muitos dias seguidos, sei que preciso mudar alguma coisa. Lembrando que em breve morrerei, é ​​a coisa mais importante que já encontrei para me ajudar a fazer as grandes decisões da vida, porque quase tudo – todas as expectativas externas, todo orgulho, todo medo de passar vergonha ou de falhar - essas coisas simplesmente somem quando face-a-face com a morte, apenas deixando o que é verdadeiramente importante. Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira, que eu conheço, para evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder. "

Nosso começo e o nosso final

tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou,


2. Nossa posição em um mundo decaído de fraturas

Nossas feridas e curas

3 tempo de matar e tempo de curar

3. Nossa posição num mundo decaído de destruição

tempo de derrubar e tempo de construir


4. Nossa posição em um mundo de tristezas e alegria

4 tempo de chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de dançar,



5. Nossa posição em um mundo decaído de sabotagem

Nossa experiência de ruína e reparos

5 tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las

2 Reis 3:19 (NVI) Vocês destruirão todas as suas cidades fortificadas e todas as suas cidades importantes. Derrubarão toda árvore frutífera, taparão todas as fontes e encherão de pedras todas as terras de cultivo".

2 Reis 3:25 (NVI) Destruíram as cidades e, quando passavam por um campo cultivável, cada homem atirava uma pedra até que ficasse coberto. Taparam todas as fontes e derrubaram toda árvore frutífera. Só Quir-Haresete ficou com as pedras no lugar, mas homens armados de atiradeiras a cercaram e também a atacaram.


Nossa experiência de comunidade e de isolamento

tempo de abraçar e tempo de se conter,



Tempo de abraçar - casamento; Tempo de de conter - lepra ou doença contagiosa


6. Nossa posição num mundo decaído de perdas

Nossas buscas bem e mal sucedidas

6 Tempo de procurar e tempo de desistir

7. Nossa posição num mundo decaído de obsolescência

Nossos bens necessários e desnecessários


tempo de guardar e tempo de jogar fora,


Há um tempo de reduzir.
Lançando do barco posses numa tempestade Doar o que, a nós, não seja necessário.

8. Nossa posição num mundo decaído de reação

7 tempo de rasgar e tempo de costurar,

tempo de calar e tempo de falar,

Nas culturas antigas, as pessoas rasgavam suas roupas quando de luto, ou expressando dor e tristeza
Quando Reuben pensou que seu irmão mais novo tinha sido morto, rasgou as suas vestes


Gênesis 37:29 (NVI)
29 Quando Rúben voltou ao poço e viu que José não estava lá, rasgou suas vestes

JACOB lamentou JOSÉ
Gênesis 37:34 (NVI)
34 Então Jacó rasgou suas vestes, vestiu-se de pano de saco e chorou muitos dias por seu filho.

Quando o tempo de luto havia passado, eles costuravam suas roupas novamente..


9. Nossa posição em um mundo decaído de conflito


8 tempo de amar e tempo de odiar, tempo de lutar e tempo de viver em paz.

II. As observações do Qoheleth:


Debaixo do sol -- todo ganho é cancelado
Eclesiastes 3:9 O que ganha o trabalhador com todo o seu esforço?

O que dura?


Dois equívocos comuns sobre o poema (versículos 2-8)

Posições


1. Pensar que está dentro da nossa capacidade determinar a ação apropriada quanto aos tempos – humanismo


2. Pensar que não há nada que possamos fazer sobre esses tempos - o estoicismo; fatalismo


Temos de ir além da filosofia natural • Precisamos entender o que a vida é, verdadeiramente, pois assim não a desperdiçaremos

• Precisamos entender o propósito eterno de Deus

O significado não pode ser encontrado simplesmente nos propósitos práticos "debaixo do céu"
Eclesiastes 3:10 Tenho visto o fardo que Deus impôs aos homens, com o qual eles se ocupam.


Há uma tarefa e propósito maior a ser descoberto

Eclesiastes 3:11 (NVI) Ele fez tudo apropriado ao seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade; mesmo assim ele não consegue compreender inteiramente o que Deus fez.


II. O Poder dos Nossos Tempos

Quem determina os tempos?
Será que os tempos são determinados pelo acaso ou escolha? O que fazemos com a maré do nosso tempo? Como respondemos `as estações? O Qoheleth sabe que Deus está lá. O Tecelão na noite.

Eclesiastes 3:11-12 (NVI) 11 Ele fez tudo apropriado ao seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade; mesmo assim ele não consegue compreender inteiramente o que Deus fez. 12 Descobri que não há nada melhor para o homem do que ser feliz e praticar o bem enquanto vive.

III. O propósito dos nossos tempos

Aquele que crê deve discernir o propósito eterno de Deus, que está além do temporal


Eclesiastes 3:11-12 (NVI) 11 Ele fez tudo apropriado ao seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade; mesmo assim ele não consegue compreender inteiramente o que Deus fez. 12 Descobri que não há nada melhor para o homem do que ser feliz e praticar o bem enquanto vive.

O Novo Testamento nos dá uma imagem do outro lado da tapeçaria do Tecelão.

(Efésios 1:9-10; Jesus é a moldura e o tema da tapeçaria)

Efésios 1:9-10 (NVI) 9 E nos revelou o mistério da sua vontade, de acordo com o seu bom propósito que ele estabeleceu em Cristo, 10 isto é, de fazer convergir em Cristo todas as coisas, celestiais ou terrenas, na dispensação da plenitude dos tempos.


Ele é bom e Sua obra é boa
Tão-somente Ele satisfará

Ele veio no tempo perfeito

Gálatas 4:4-5 (NVI) 4 Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo da Lei, 5 a fim de redimir os que estavam sob a Lei, para que recebêssemos a adoção de filhos.

Salmo 31:15 (NVI) O meu futuro está nas tuas mãos; livra-me dos meus inimigos e daqueles que me perseguem.

Salmo 31:5 (NVI) Nas tuas mãos entrego o meu espírito; resgata-me, Senhor, Deus da verdade.

O tempo de vida de Jesus em Seu corpo físico terrestre, foi de apenas 33 anos, e mesmo assim Ele realizou o propósito de Deus.

Sem desperdício. Sem vaidade. Sem contra-senso.
Jesus sempre soube o momento (embora Ele não tivesse um relógio)
Ele ministrou no momento perfeito

Marcos 1:15 (NVI) e dizendo: " "O tempo é chegado", dizia ele. "O Reino de Deus está próximo. Arrependam-se e creiam nas boas novas!"

Quando Jesus estava prestes a ser preso

João 7:30 (NVI) Então tentaram prendê-lo, mas ninguém lhe pôs as mãos, porque a Sua hora ainda não havia chegado.

Em seguida, Sua hora propositada havia chegado

João 13:1 (NVI) Um pouco antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que havia chegado o tempo em que deixaria este mundo e iria para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.

Mateus 26:18 (NVI) Ele respondeu dizendo que entrassem na cidade, procurassem um certo homem e lhe dissessem: "O Mestre diz: O meu tempo está próximo. Vou celebrar a Páscoa com meus discípulos em sua casa".

Ele morreu na hora marcada

Romanos 5:6 (NVI)
6 De fato, no devido tempo, quando ainda éramos fracos, Cristo morreu pelos ímpios.

Jesus ressuscitou dos mortos no momento certo

Marcos 8:31 (NVI) Então Ele começou a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do homem sofresse muitas coisas e fosse rejeitado pelos líderes religiosos, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da lei, fosse morto e três dias depois ressuscitasse.

Ele foi elevado na hora marcada

Atos 1:6-7 (NVI)
6 Então os que estavam reunidos lhe perguntaram: "Senhor, é neste tempo que vais restaurar o reino a Israel?" 7 Ele lhes respondeu: "Não lhes compete saber os tempos ou as datas que o Pai estabeleceu pela sua própria autoridade.

Então, quando eles vieram juntos, eles estavam pedindo a Ele, dizendo: "Senhor, é neste momento Você está restaurando o reino a Israel?"
7 Ele disse-lhes: "Não é para você saber os tempos ou épocas que o Pai fixou com a sua própria autoridade.

Atos 1:11 (NVI) Eles também disseram: "Homens da Galileia, porque estais olhando para o céu? Esse Jesus, que foi levado de vocês para o céu, virá do mesmo modo como você assistiu-O ir para o céu."

Jesus está voltando, segundo o tempo de Deus, para estabelecer o reino de Deus na terra em perfeição. Assim como Jesus disse que não é para você saber os tempos ou épocas.

Eclesiastes 3:11 mesmo assim ele não consegue compreender inteiramente o que Deus fez.

Mateus 26:27-29 (NVI) 27 Em seguida tomou o cálice, deu graças e o ofereceu aos discípulos, dizendo: "Bebam dele todos vocês. 28 Isto é o meu sangue da aliança que é derramado em favor de muitos, para perdão de pecados. 29 Eu lhes digo que, de agora em diante, não beberei deste fruto da videira até aquele dia em que beberei o vinho novo com vocês no Reino de meu Pai".

Vivemos em um entre-tempos, mas não devemos ser ignorantes dos sinais dos tempos

1 Timóteo 6:13-15 (NVI)
13 Diante de Deus, que a tudo dá vida, e de Cristo Jesus, que diante de Pôncio Pilatos fez a boa confissão, eu lhe recomendo: 14 Guarde este mandamento imaculado e irrepreensível, até a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo, 15 a qual Deus fará se cumprir no seu devido tempo. Ele é o bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores,

Mateus 16:1-3 (NVI)

1 Os fariseus e os saduceus aproximaram-se de Jesus e o puseram à prova, pedindo-lhe que lhes mostrasse um sinal do céu. 2 Ele respondeu: "Quando a tarde vem, vocês dizem: 'Vai fazer bom tempo, porque o céu está vermelho', 3 e de manhã: 'Hoje haverá tempestade, porque o céu está vermelho e nublado'. Vocês sabem interpretar o aspecto do céu, mas não sabem interpretar os sinais dos tempos!

Mateus 16:4 (NVI)

4 "Uma geração perversa e adúltera pede um sinal miraculoso, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas". Então Jesus os deixou e retirou-se.

Salmo 31:15 (NVI) O meu futuro está nas tuas mãos; livra-me dos meus inimigos e daqueles que me perseguem.(veja o versículo 5)

Nas tuas mãos entrego o meu espírito; resgata-me, Senhor, Deus da verdade.

II. O Propósito dos Nossos Tempos
O que devemos fazer com o nosso tempo?

Efésios 5:15-19 (NVI) 15 Tenham cuidado com a maneira como vocês vivem; que não seja como insensatos, mas como sábios, 16 aproveitando ao máximo cada oportunidade, porque os dias são maus. 17 Portanto, não sejam insensatos, mas procurem compreender qual é a vontade do Senhor. 18 Não se embriaguem com vinho, que leva à libertinagem, mas deixem-se encher pelo Espírito, 19 falando entre si com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando de coração ao Senhor,


Será que sabemos que horas são?
Será que é hora de começar a levar a sério o fazer discípulos? Servir os propósitos de Deus em nossa geração?

Pastor David

New Life Community Church, Concord, MA 10742

www.newlife.org

Meeting Sundays at 10:30 AM at the Emerson Umbrella for the Arts, 40 Stow Street, Concord MA

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"Theater you can believe in."

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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Teologia para tentar entender o que fizemos com Deus


por Gedeon Lidório

O que fizemos com Deus?

Esta pergunta tem ecoado em minha mente constantemente e pode parecer estranha para você que lê agora este artigo, mas acompanhe meu pensamento e veja se há algum sentido nela.

Por mais que nos esforcemos e tentemos atingir um nível de intimidade com Deus através de louvor, adoração, oração e tempos de meditação e jejuns sempre paira a dúvida se fizemos tudo o que devia ser feito, se seguimos a risca as instruções daqueles que nos orientaram de como falar com Deus, como entrar em contato com seu poder, como obter através de tantos meios e modos o que desejamos – santificação, perdão, um bem, uma graça... alguma coisa.

Deus tem sido constantemente trocado por um ser que nos é útil, útil até mesmo para fazer a vontade dele pra nós.

O simples prazer de sua companhia e o desfrutar de sua convivência passa não fazer mais sentido em nossa sociedade tão fixada em TER.

Pode em primeiro momento parecer que estou combatendo aqueles que gostam da teologia da prosperidade e ficando do lado de fundamentalistas que pregam uma vida e uma regra de vida impossível de ser atingida, pois coloca Deus tão longe de nós que se torna inacessível – Deus pode até ser esse, inacessível, mas ele resolveu trazer para nós a acessibilidade, nos trouxe Cristo através do qual temos acesso a ele em sua inteireza.

Deus não está acima de nós ou mesmo a nossos pés, mas está conosco – ele é Emanuel. Encarnado, sofrido, vivido, tentado, desprezado, despido, vaiado, duvidado, morto, sepultado, mas além de tudo um Deus que ressuscitou e está vivo.

O fato de Cristo estar vivo e ter encarnado, para mim mostra muito mais que a questão teológica da salvação, mas adentra ao desejo dele mesmo em relacionar-se com o ser humano de forma direta e corpórea.

Tenho formação cristã e teológica baseada no que comumente chamamos de Calvinismo e acabo enxergando muito da vida e da teologia por este viés formativo, mas sei que o Calvinismo não explica a totalidade de Deus e nem mesmo pretende ser um movimento fechado em torno do Ser e da Pessoa de Deus.

Tenho pensado muito na questão de Deus e como nós, seres humanos, principalmente aqueles que pertencem a Igreja, corpo de Cristo, o vê e entendo que nossa mente está sempre atolada de termos teológicos como soberania, salvação, livre arbítrio, presciência etc e isso, a meu ver, muito tem nos atrapalhado de termos uma visão mais equilibrada da construção daquilo que Deus realmente quer ser e manifestar em nosso meio.

Quando olhamos, por exemplo, para o Éden, enxergamos um Deus tão inacessível, um Deus tão poderoso que destacamos seus grandes atos criativos – “faça-se... e assim se fez” e assim por diante. Parece que simplesmente nos esquecemos do objetivo de toda manifestação divina para nós e deixamos de lado a valorização da sua revelação – não apenas da Palavra de Deus revelada, mas a revelação da própria pessoa dele.

Lendo o texto e olhando de um prisma mais abrangente vemos Deus “vindo de tarde” para relacionar-se com Adão e Eva. Parece algo costumeiro, prazeroso, vir para conversar, ensinar, compartilhar, se revelar.

Talvez aqui a coisa mais importante nem seja o relato da Criação em si, nem mesmo da Queda humana em pecado, mas o fato de que Deus resolveu dar-se a conhecer e por isso se torna “nosso” Deus – não alguém longe, distante, poderoso, mas um Ser que resolve passear no jardim para desenvolver um relacionamento de amor, amigável, prazeroso, de cuidado com o ser humano que ele mesmo criara.

No encontro pós-queda tendemos ver um Deus irado com o pecado (como um professor meu de seminário sempre falava: coisa típica de presbiteriano) e por isso me parece que perdemos a noção exata de que Deus não está emitindo a priori condenações ou ditando maldições para que sejam executadas, mas compartilhando da dor que sente com a queda da raça humana e dizendo-lhes em palavras inteligíveis aquilo que acarretaria a sua queda, ou seja, todos os desdobramentos dos seus atos, de suas escolhas.

A própria expulsão do ser humano do jardim entendemos como sendo a manifestação de um Deus acima de tudo castigador, mas nos esquecemos de que o sair do jardim tem um propósito de proteção, pois a árvore da vida ainda continua lá e na narrativa entendemos que essa árvore daria para o ser humano a possibilidade de não morrer ante o pecado, ou seja, Deus, em sua sabedoria, desejando que a criação fosse resgatada do poder que agora a sucumbira preserva a possibilidade de um dia haver redenção – coisa que seria de todo inútil com a tomada da árvore da vida de assalto por aqueles seres já contaminados – a cena que me propõe esta visão é de uma raça humana, pecadora e caída, vivendo para sempre no meio da desgraça sem a possibilidade de redenção. Deus tem os seus planos e por isso isola a possibilidade do fruto da árvore da vida ser comido enquanto esse ser humano não estivesse pronto, através do sangue de Cristo, de ter nova vida, uma nova humanidade, surgida a partir do sacrifício dele mesmo na cruz.

Tudo isso, olhado deste prisma, me mostra que Deus sempre desejou repartir o que ele tinha com seu Filho e com o seu Espírito – relacionar-se para compartilhar da vida e não da morte.

Deus não deseja a condenação daqueles que pecaram no Éden, antes os protege para que a redenção por ele preparada desde antes da fundação do mundo possa ser real e não um ato utópico – Deus amou, por isso protege-nos de nós mesmos!

Esse é um Deus desejoso de relacionar-se conosco que durante todo o tempo da manifestação sua mesma, através de seus anjos, enviados, profetas e servos, ao longo do Antigo Testamento tem demonstrado claramente que não fica satisfeito em condenar, antes está sempre pronto para abençoar, para compartilhar daquilo que ele mesmo é conosco.

O tempo passa, desde o Éden e o ser humano continua procurando pessoal, teológica e religiosamente colocar Deus numa posição que ele nunca assumiu: de um tirano que controla a vida, que distorce os fatos, que não se importa com as pessoas, apenas com o ganho, com o resultado – Deus é transformado segundo nossa imagem.

Eventos marcantes vão acontecendo e nós, ao longo da vida, vamos entendendo Deus de acordo com nossos pressupostos e o Antigo Testamento passa e chegamos por exemplo a Jonas. Em Jonas vem mais claramente ainda esse Deus que, como disse Tiago séculos mais tarde, tem a misericórdia como sendo superior ao juízo.

Deus envia Jonas para uma cidade idólatra, sanguinária, pecadora, desgraçadamente longe dele porque está preocupado com as pessoas que estão lá e não sabem discernir a mão esquerda da direita. Jonas se recusa a ir porque quer a destruição dos seus inimigos. Deus está enviando o que ele tem de melhor para salvar a cidade – Deus sempre vai ao encontro das pessoas para salvá-las. Como no Éden, Deus sai do “seu lugar” e vai a procura do ser humano, no caso aqui os ninivitas, em busca de salvação de relacionamento: eles devem escutar o que Jonas diz e então Deus os salvaria da desgraça. Quando Jonas vê o que iria acontecer com Nínive, ou seja, Deus salvando o povo, poupando os miseráveis, os pecadores, os inimigos, os sanguinários, os duvidosos ficou extremamente revoltado com Deus porque ele resolveu ser ele – misericordioso e tardio em irar-se, se revolta com a vida, pede a morte e não entende.

Ele é uma imagem bastante parecida com a que temos hoje de nós: ouvimos Deus falar em amor, em misericórdia, em compaixão, em buscar o perdido, em amar o inimigo, mas tudo o que queremos é que Deus coloque debaixo dos seus pés todos aqueles que não fazem a vontade dele – vontade dele que passa necessariamente por nosso viés – na verdade, é que não fazem a nossa forma de fazer a vontade de Deus. O diferente, o necessitado de graça, o que peca, o que não consegue mudar sua condição de ser diferente... todos estes e mais alguns são alvo de nossa ação como Jonas. Podemos até falar do evangelho para eles, mas torcemos para que não aceitem e queimem no inferno.

Creio que Deus olhando para toda a situação do gênero humano e entendendo como somos planejou algo melhor pra nós – pensando em como teríamos dificuldade em aceitar ouvir de outro.

Não entendemos de graça, apenas falamos dela. Não conhecemos verdadeiramente o perdão, apenas dizemos as palavras. Não conhecemos a misericórdia apenas executamos juízo.

Transformamos Deus em um ser que se amolda ao nosso caráter ou aos nossos desejos. Deus é útil. Útil para aplicar sobre nós a sua vontade, desde que essa vontade satisfaça aos desejos do meu coração.

Creio que há muito que podemos fazer para mudar isso, mas tudo sempre passará por reconhecer que Deus é Deus e que somos apenas seus filhos, suas criaturas, seres humanos necessitados mais da Graça do que de qualquer outra coisa na vida.

C. S. Lewis resume bem tudo isso dizendo:

“Tudo que não é eterno é eternamente inútil”.

Olhar pra Deus e querer viver nossa vida necessariamente tem que passar pelos valores de Deus. Nossos valores são transitórios, nos preocupamos com as coisas, somos pobres, porque a única coisa que temos geralmente é apego aos bens, ao que construímos nossos “castelos de areia”.

Os valores de Deus são eternos, como ele mesmo é. O dia em que aprendermos a viver a ética do Reino, os valores do Reino, a enxergar como Deus enxerga, a viver como Deus vive, a amar como Deus ama, a desejar o que ele deseja... bem acho que neste dia iremos morrer e estaremos com Deus.

Que Deus nos ajude a pensar com a visão que ele mesmo coloca em nós através do seu Espírito.


Fonte: http://www.irmaos.com/artigos/?coluna=teologia