quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Púlpito... o fim da compaixão






E, vendo as multidões, teve grande compaixão delas, porque andavam cansadas e desgarradas, como ovelhas que não têm pastor.” Mateus 9:36

Sei que o tema citado acima pode parecer radical e duro, mas antes que você possa virar esta página, te peço um pouco de atenção ao que vou escrever nas linhas seguintes, talvez assim, você entenderá melhor o que desejo transcrever com todo amor e respeito pelos grandes heróis dos púlpitos que conhecemos.

Ontem à noite, senti grande dor e compaixão ao estar com algumas pessoas. Estou tendo o privilégio de ensinar a Bíblia a algumas famílias em suas casas, e uma dessas famílias é a da noiva de meu irmão Rildo. Todas as terças-feiras, às 19h30min, temos nos reunido e compartilhado da palavra de Deus, onde tem havido uma resposta positiva a Jesus com arrependimento, orações, entregas, etc. Tenho me regozijado em Deus por isso. Mas o “problema” de se ministrar na casa de alguém, é que você não pode simplesmente dar um estudo, pregar em um texto, fazer algumas exortações e ir embora. Não!!! Ali você precisa de fato ministrar, servir, estar disposto a responder as inquietações de cada pessoa presente, de trazer O remédio para as suas dores, de tocar naqueles que não são tocados por causa da lepra de seus pecados, ouvir aqueles que são evitados pela sociedade, é necessário ter compaixão.

Após o estudo, tivemos um momento muito bom de confraternização onde comemos um bolo delicioso acompanhado de um suco muito gostoso, mas percebi que ainda existia outro tipo de “comida” por vir, uma comida não física, e que na verdade não poderia ser saciada com o paladar humano... Aquela comida...

Uma pessoa me cercou e começou a falar de suas dores e desesperos, de suas rejeições... Quanta dor! Quão impotente me senti ali, e não pude nada fazer a não ser... Orar, clamar do fundo de meu coração para que Deus tocasse naquela pobre alma, com o Seu amor e poder restaurador... Oh, Deus!!! Faça isso!

Quando terminei de orar com ela, surgiu outra situação. Soube de quatro filhos abandonados pelos pais que estavam dormindo ali em um espaço com a avó, que por sua vez não tem condições de criá-los, mas tem se esforçado muito. Ela em momento algum murmurou ou pediu ajuda, pelo contrário estava feliz em estarmos ali para ler a Bíblia com ela e para os seus netos. Mas como aquilo me doeu... Como a fome daquelas pessoas tem me influenciado e me feito perguntar por onde estive por esses anos todos de cristão? Me dei conta de que eu estava apenas em um quintal de uma cidade que tem mais de quinhentos mil habitantes, e que existiam muitos outros quintais assim.

Como dar suporte, como acalentar a dor dessas pessoas?

Ao sair daqueles encontros ontem a noite, percebi o quanto os púlpitos nos distanciam das pessoas. Como é confortável pregar aos domingos pela manhã e a noite oferecendo uma lista de exigências às pessoas para que cumpram e sejam feliz. Mas meus caros irmãos, a coisa não é bem assim!

Não existe uma fórmula mágica para abençoar as pessoas, não existem meios alternativos para pastorear... é necessário “sujar as mãos na graxa”, Jesus fez assim, ele se envolveu, de tal maneira que tocava as pessoas, comia com elas, deixava ser tocado, chorava, sentia, Ele estava lá!, Ele estava entre o povo.

Não existem atalhos, e o púlpito se transformou, na maioria dos casos, em o grande assassino da compaixão. É tempo de descer do Pedestal (do púlpito) e fazer como Ele fez: tocar como Ele tocou, pregar como Ele pregou, amar como Ele amou,... Afinal de contas, o Espírito Santo está ou não em nós? Se formos habitados pelo Espírito Santo, temos a promessa de que podemos ir e realizar grandes obras, pois assim o nosso Mestre nos prometeu...

Não deixe que o púlpito te afaste das pessoas...

Os: Ao escrever esse texto, quero informar que não fiz uma revisão gramatical, por abrir o meu coração, achei melhor ficar do jeito que se encontra para que você possa sentir da melhor maneira possível o que estou sentindo. Portanto, os vários erros que encontrar por aqui, me perdoe.

No amor de Cristo...

Servo Luciano Couto

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