sábado, 3 de março de 2012

Nem mesmo nos círculos religiosos eu havia presenciado tamanha fé...



E maravilhou-se Jesus, ouvindo isto, e disse aos que o seguiam: Em verdade vos digo que nem mesmo em Israel encontrei tanta fé. 
Mateus 8:10
          Era fim da tarde e já tínhamos brincado com as crianças no Ciep da Terra prometida em nosso reencontro após um período de Férias.
         Percebemos que o clima espiritual do bairro não esta muito bom, após uma série de tentativas de assassinato, e com êxito em duas dessas tentativas (dois jovens foram mortos), era notório que as pessoas estavam muito amedrontadas, ou desconfiadas. Mesmo com esse clima, Deus nos deu graça nesse dia em especial.
        Nesse fim de tarde, nós tínhamos 3 cestas básicas para entregar, que o irmão Adiel e sua esposa Jussara vieram trazer, e ainda contávamos com a presença dos irmãos Estevão e Érica, e após entragarmos as duas primeiras cestas sendo uma  na casa de nossa irmã Andréia, e a outra na casa de nossa querida aluna Carol, caminhamos  para a terceira casa, a de dona Rita, nós nem imaginávamos o que Deus estava nos preparando.
        Não que éramos o centro da coisa, ou que somos dignos de que Deus nos prepare algo, mas esse foi o melhor termo que encontrei para descrever a experiência que tivemos hoje na casa dessa senhora.
         Antes de te falar do que aconteceu, preciso que você conheça algumas coisas arespeito de dona Rita. Em primeiro lugar ela é uma senhora bem idosa e com muitos problemas de saúde, principalmente inflamações nos ossos, e uma fadiga que a deixa sempre cansada. Outro agravante é que ela mora em uma casa, que nem sei se o lugar que ela mora pode ser chamado disso, tamanha a pobreza  descrita em suas paredes e em seu solo. 
         Junta-se a isso, ela mora sozinha, que a torna um alvo fácil de ladrões ou aproveitadores e até mesmo das circunstâncias de seu desgaste físico, como o que ocorreu em certa ocasião onde a dona Rita estava caminhando em seu quintal, tropeçou e caiu no chão sem conseguir se levantar, e ela ficou deitada ali gemendo fraquinho, pois não tinha força para gritar, e isso durante 5 hs, até que uma vizinha sentiu a falta dela e ao chamá-la percebeu que ela estava no chão e assim a dona Rita pode ser socorrida.
         O que se pensa de uma pessoa que vive nessas condições? Alguém amargurada, ressentida com a falta de oportunidades que a vida lhe concedeu?
         Nada disso amados! Encontramos alguém que é grata a deus porque Ele é.
         Hoje quando fomos entregar a cesta básica a dona Rita, e entramos em seu quintal simples mas muito bem cuidado por essa preciosa senhora, enmtramos em sua casa e colocamos a cesta na mesa para assim orarmos agradecendo a Deus, ela deu um pequeno relato do que havia acontecido no dia anterior, no caso o dia de ontem.
        Foi algo mais ou menos assim: “ irmãos, é muito bom ter vocês aqui hoje. Ontem eu fui ao supermercado, mas devido a alguns dificuldades eu não consegui comprar nada. Mesmo assim vim para a minha casa, me coloquei de joelhos e agradeci a Deus, pois sempre quando saio sozinha de casa, eu passo muito mal por causa de minha saúde fraca, mas ontem eu não passei mal e isso é motivo de gratidão. Mesmo que eu não tenha conseguido comprar mantimentos, eu agradeço a Deus por não me deixar passar mal. Deus é tão bom pra mim. E hoje ele mandou vocês aqui trazer esse alimento. Glória a Deus.”
        Entendes agora o tema? Entende o versículo que citei acima?
        Ao ouvir seu testemunho, nos abraçamos e começamos a orar, através do irmão Adiel, só ouvíamos a sua voz embargada pela emoção, carregada de gratidão e louvores a Deus por nos permitir tal privilégio.
         Sabe, quando me deparo com pessoas como dona Rita, a minha teologia desaparece, junto com aquilo que chamo de sabedoria, eu me sinto tão pequeno que só posso agradecer a Deus por me permitir conhecer pessoas tão íntimas a Ele que jamais pensei encontrar em minha vida.
         Sempre que me deparo com pessoas como dona Rita, fica difícil ouvir, ler , etc, as falações de pessoas que se acham tão íntimas de Deus, que demonstram ter uma fé tão grande, mas que jamais experimentaram Deus na proporção que esta mulher experimenta todos os dias.
         Sabe, quando nos deparamos com pessoas como dona Rita, a fé religiosa, quer seja institucional ou a tida como não institucional, ela desvanece, some, desaparece... não sobra nada.
Só posso agradecer a Deus por tal privilégio e graça em nos permitir estar ali entre essa gigante da fé.
         Acho que hoje foi um dia em que pelo menos cheguei perto de  entender a alegria que Jesus sentiu ao se deparar com aquele centurião...(Não me julgue mal.... não me chame de presunçoso...quando temos experiências divinas as vezes perdemos a noção do que falamos e escrevemos...)

Bendito seja Jesus!
No amor de Cristo Jesus, 

Luciano Couto

Nenhum comentário:

Postar um comentário