sexta-feira, 17 de junho de 2011

DE QUE IGREJA VOCÊ É?



A pergunta acima tem vindo constantemente sobre o meu espírito desde que a ouvi no início da semana. Ela surgiu no domingo passado quando uma pessoa que se converteu a Jesus Cristo através de trabalhos e esforços de discípulos na Terra Prometida, e que por algum motivo, havia entendido que eu era membro de uma congregação denominacional aqui em Campos. Ao chegar lá e me procurar sem êxito, ela encontrou outras duas irmãs e perguntou onde eu estava, pois ela queria fazer parte da igreja de que sou membro. Com certeza, para esta senhora parar nessa congregação, em um bairro muito distante da casa dela, ela devia estar com necessidades, ou precisando de alguma coisa, mas isso não foi perguntado. Na verdade a resposta dada por uma das irmãs foi a seguinte: “pergunta a ele de que igreja ele é!”. Isso a princípio me chocou, pois quando me refiro a essa irmã, e talvez essa foi a confusão da pobre senhora ao me confundir como membro desta denominação, eu me refiro a ela como pessoa da mesma igreja de Cristo, o corpo vivo onde barreiras denominacionais não nos podem afastar, onde um sangue foi derramado para derrubar todo muro de separação e nos reconciliar com Deus. É dessa igreja que penso fazer parte.

Essa experiência serviu para ligar o alerta no que diz respeito a plantação de igrejas, e o fazer discípulos por onde o Senhor da Seara nos tem enviado. A pergunta é: Que Igreja nós temos apresentado as pessoas? Ou melhor, Que tipo de evangelho nós temos apresentado?

Qual foi a ordem de Jesus com relação ao fazer discípulos e plantar igrejas?

Com certeza, como escreveu o nosso irmão Ivan Baker : O Senhor não disse: “Ide e fazei reuniões em todas as nações”, mas sim “fazei discípulos em todas as nações”. Onde nós erramos?

Por que queremos ser mais espertos, estratégicos do que a Palavra de Deus? O que a Bíblia diz sobre a Igreja de que fazemos parte? Será que isso ainda é importante hoje?

É surpreendente como que pessoas tementes a Deus ainda crêem que uma igreja diferente do que Jesus Cristo instituiu é fundamental para o crescimento de um discípulo.

Jesus, melhor do que ninguém pode nos dar exemplo de como Ele lidou com as sinagogas, uma espécie de congregações de seu tempo. Ele estava lá, como costume de todo o bom judeu, lendo, conversando, discutindo e tudo ia as mil maravilhas, até que ele resolve ler a profecia de Isaías 61. “Blasfêmia!” . Jesus a partir dali, daquele encontro, Ele não era mais bem vindo entre os judeus. Independente disso Ele focou no chamado do Pai para a Sua trajetória enquanto na Terra.

O que quero dizer com esse exemplo é que essas sinagogas eram bem vindas até o momento em que elas cooperavam com a Lei de Deus, porém a partir do momento em que eles rejeitaram de forma clara O Verbo Vivo, não havia mais motivos para a existência delas, por mais que ainda até os dias de hoje elas existam.

Quando falamos de Igreja, logo nos vem a mente algum templo, quer católico, Batista, pentecostal, mas nunca o corpo Vivo de Jesus Cristo, e isso é algo para nós prestarmos bastante a atenção, pois Cristo ou qualquer outro apóstolo jamais chamaram de igreja qualquer PRÉDIO, ou qualquer outro local. E como podemos chamar de igreja um lugar ou prédio quando Deus não o faz assim? Como podemos nos gabar de pertencer a Igreja por simplesmente fazermos parte de uma denominação ou instituição religiosa, quando o nosso Gloriar deve ser no Senhor e em seus feitos. Como podemos por a nossa confiança em estar cobertos de todo mal por simplesmente termos um homem sobre nós e ainda dizer que Deus o instituiu para isso?

Houve uma época nas escrituras em que o povo de Deus desejou ser igual as nações, e por isso “exigiu” um rei tal como as nações ao redores tinham. Deus lhes permitiu ter Saul, abriram mão de serem dirigidos por Deus para estarem sujeitos a um homem. Nem preciso falar do prejuízo. E será que nós não aprendemos a lição?

Meus irmãos, eu não posso chamar de Igreja aquilo que Jesus nunca chamou, e se esse é o meu pecado, prefiro “errar” por simplesmente desejar viver de acordo com o que as Escrituras dizem, ou pelo menos nos fornecem como princípio do que por confiar em uma tradição humana, terrena e vazia.

Outro ponto para identificarmos a Igreja de Jesus está nos sinais que ele próprio nos forneceu pela Palavra.

Peço permissão para citar novamente um comentário do Ivan Baker sobre o seguinte tema: “a igreja é formada por discípulos”:

Quero insistir sobre o evangelho que pregamos, pois é ele que irá produzir a classe de

discípulos que queremos, ou seja frutos permanentes. A porta deve ser estreita, pois quem

entrar não quererá sair pelos fundos.

Discípulos são aqueles que amam a Cristo acima de qualquer coisa, são mansos e dóceis ao

ensino da palavra. Não são como cabritos, mas sim como ovelhas. É gente que frutifica, não

é gente que se senta nos bancos para ouvir boas mensagens.

Jesus nunca apontou os sinais de poder e maravilhas como característica de seus discípulos,

mas sim o amor. Há diferença entre sinal acompanhante e evidência que caracteriza.

Embora Jesus tenha dito que os sinais acompanham os que crêem nele, não disse que a

característica de um discípulo é que seja acompanhado por sinais, isto porque ele sabia que

estes sinais de poder também seguiriam os que não eram seus discípulos (Mt 7.22-23; 1 Ts

2.9).

Quero que o poder carismático acompanhe o meu ministério, mas isto nunca será para

mim, uma evidência que me caracteriza como discípulo de Cristo.

Somente o amor é uma característica definitiva.

O diabo pode imitar os sinais e prodígios, o esforço e a dedicação, o zelo e muitas outras

coisas. Só não pode imitar o amor!

O discipulado está baseado nisto: um coração entregue ao Senhor.”


Concordo com ele plenamente quando afirma que só pode ser chamado de Igreja, um grupo que é composto por discípulos que possuem coração de servo, mas muitas vezes somos coniventes com os que se dizem discípulos e vivem suas vidas servindo a si mesmo, que não tem compromisso algum com a Palavra de Deus, são insensíveis com o próximo, e não possuem o Espírito de Deus.

Jesus não agiu assim. Sempre que estava entre esse tipo de gente que se dizia filho de Abraão, porém que seus frutos diziam o contrário, Ele os chamou de filhos do diabo. Mas e nós? Somos políticos e quando alguém que não tem nada de Deus afirma ser Cheio do Espirito Santo, nós sorrimos e dizemos: “amém!” da forma mais hipócrita possível, pois “queremos a paz”, e ainda “não sabemos o que vai no coração daquela pessoa, pois só Deus sabe!”. Isso é hipocrisia gente!

A prova de amor que Jesus deu aos Judeus além de Sua morte e ressurreição, foi sempre denunciar seus pecados, pois isso era inevitável que eles convivessem juntos, sem que uma das partes abra mão de seus conceitos. Caso Jesus desejasse viver no contexto das sinagogas entre os religiosos e doutores da lei, Ele deveria ser conivente com tudo o que Ele via de errado sem poder falar nada, porém quem iria sofrer com isso era o povo.

Meu caro, com você não é diferente, se você faz parte de um contexto denominacional em nossa nação e se depara com injustiças e isso não mexe com você, tome cuidado! Ou você esta sendo conveniente com a indiferença, ou já é um deles que rejeitam ao Senhor.

Todo contexto denominacional no Brasil está condenado? Não posso afirmar isso. Porém me desculpe os críticos, mas eu faço parte do contexto religioso na cidade de Campos dos Goytacazes a 32 anos. Conheço muito dos tipos de liderança que existem entre nós, e que na maioria das vezes buscam beneficiar a si mesmo. Fui punido várias e várias vezes por simplesmente discordar dessas injustiças, e por não me submeter a propostas financeiras imorais que nem penso em comentar com ninguém. Nunca fui convidado a sair da chamada igreja por conta de pecado e sim por que confrontei pecado, por não me vender. E eu é que não sei de que igreja faço parte?

As pessoas estão acostumadas ao seu conforto estrutural, precisam aliviar as suas consciências aos domingos, para que vivam as suas vidas independentes durante a semana. Se esquecem que Deus é tão presente no domingo quanto na quinta feira. Isso é tolerável, isso é viver como igreja?

A igreja verdadeira deve ser aquela que tira cestas básicas do pobre, pois tem que reformar o prédio do encontro dominical? È desse tipode igreja que devo participar?

Ah! já sei! Eu tenho que me iludir achando que sou o Salvador da pátria e que através de minhas atitudes eles vão mudar... Nem o meu Mestre fez isso! Ele simplesmente denunciou, foi expulso do meio deles e seguiu para os pobres e rejeitados da sociedade.

Igreja verdadeira deve ser aquele que prega a injustiça a divisão nos púlpitos ao invés de simplesmente pregar Jesus e esse Crucificado?


Como o irmão Wágner leu esta semana em um de nossos encontros, uma paráfrase de um texto em Atos 2, quero postar aqui também:


O modelo de igreja que o Senhor quer é a que esta em Efésios 5 para isso precisamos voltar a ser a igreja de Atos 2. nos temos a aversão de atos 2 qual delas vivemos neste tempo

“ e a cada dia acrescentava-lhes o Senhor os que iam sendo salvos”

Enquanto que:

Louvando a Deus

Partiam o pão em casa, comiam com alegria e singeleza de coração

Perseverando unânimes todos os dias no templo

Vendiam suas propriedades e bens e os repartiam por todos, segundo a necessidade de cada um

Todos os criam estavam unidos e tinham tudo em comum

Em cada alma havia temor

Muitos prodígios e sinais eram feitos pelos apóstolos

E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e na orações

Deus quer uma igreja que tenha temor - crescimento para cima – temor de Deus, milagres e prodígios acontecem a partir daí.

Crescimento para dentro – v 42, comunhão, perseverança

Igreja que cresça para fora – v 47, louvando a Deus e caindo na graça de todo povo”

Porque vemos isso como Utopia será que é porque nos acomodamos com a aversão desse tipo de igreja?

“ E dia algum era acrescentado pelo Senhor pessoas que iam sendo salvas, (pois na verdade queremos discípulos dedicados a denominação e isso um discípulo não conseguiria suportar.). Enquanto que não louvavam a Deus, Não partilhavam o pão e não eram simples de coração, não perseveraram unânimes dia algum nem no templo ou nas casas, (pois todos os dias no templo ou nas casas? Tá de brincadeira né, eu tenho os meus afazeres!) Todos os que dizem crer não estavam juntos, e nada tinham em comum, em alma alguma havia temor. Prodígios? Sinais? O que é isso?

E não perseveraram na doutrina dos apóslolos (e sim denominacionais), Não partilhavam o pão (somente as más conversações), Não perseveraram na comunhão (pois cada um tem o seu lado individual), Muito menos nas orações (pois orar não é preciso). Esta igreja, nunca caiu na graça do povo, quanto mais de Deus!



Bem, de que Igreja você faz parte?



No amor de Cristo...

Luciano Couto

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